O gato é a
delicadeza
Tranquilo, introspectivo
Passos tão
silenciosos ; macio
Seu natural
transparece
Na expressão
manhosa
Do seu miado
choroso
Do seu
ronronar sussurrante
O gato é tão
limpinho e asseado
Dá-se banho,
caprichoso
E quando faz
o dois
Procura
direitinho cobrir
Preocupa-se
em não deixar
Exposto seu
lixo
De tão acre
fartum
É uma
companhia maneira
Não dá
trabalho quase algum
Quase nada
requer
Tranquilo
fica ; tranquilo deixa
Algo
indiferente, talvez egoísta
Já o cão é
inquietação
Atento e
envolvido
De passos
convictos; espaçoso
Seu
temperamento se revela
Na expressão
estridente
Do seu
ladrido rumoroso
Do seu
rosnado ameaçador
O cão não
está muito aí pra higiene
Até se
espoja no barro se lhe der
E quando faz
o dois
Larga lá
exposto seu lixo
Quem quiser
que não goste
Faz coisa
até pior , ora
É uma
companhia manifesta
Requerente
de atenção
Sempre de
prontidão , às ordens
Se está tudo
em paz ; em paz fica
Qualquer
alteração, por mais tênue
Captada na sua aguda extrospecção
Empertiga-se
a bradar latidos inquiridores
O gato e o
cão
São
naturezas distintas
Mas quase se
assemelham no modo
como se inclinam
aos pares
nos
cumprimentos , nas intimidades
em que se
reconhecem e se acolhem
o gato é
tanto mais comedido
o cão um tanto
mais lascivo
no modo como
em afeto se demonstram
na troca de
carinhos , como se acariciam,
se roçam ,
se lambem
E quando em
grupos
Na disputa
da fêmea ; no cio
Pela
pavorosa algazarra
Dramaticamente
violenta
Nos telhados
a sobressaltar
Nas vias a
afugentar
Nos
estreitos princípios
Da
reprodução da natureza
Se
assemelham no zeloso
e vigilante
amor
que dispensam
aos filhotes
que brincam
saltitantes
curiosos e
arredios
quais
crianças
mas já se
prenunciando
nos
instintivos traços da raça
felina ou
canina
o gato e o
cão
são
naturezas diversas
mas também
se assemelham
no modo como
conosco formam aspectos
em seus estilos,
domesticados
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